segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As palavras me consomem e agora eu não sei mais o que quero. É o apego que me repele e me leva ao desapego. Apego, desapego... É como ter e não querer. Temo o futuro, e penso muito em como as palavras me prendem e o fato disso me afetar. Pelas ruas passo e as imagens que distraidamente vejo se transformam, descrevo o mundo em instantes de imaginação num calafrio... O dia raia e é fácil falar do sol, mas eu sinto tão intensamente que cada filete de luz por mais fino e dourado que seja é captado pelas minhas retinas que convertem o abstrato no concreto. Os corpos que se mexem naquele colchão de solteiro no chão do quarto de frente pro mar são mais importantes do que o sol que amanhece e ilumina? Ambos são necessários. Amo o corpo que vejo graças à luz que me permite vê-lo e assim tenho vontade de tocá-lo e me fazer dele e ser ele. E assim sinto várias coisas, amor, felicidade, sinto até beleza. Esse sol no mar salgado... A melhor luz, amanhecer, entardecer. Agora as palavras não me importam e nem fazem mais sentido...

Nenhum comentário: