sexta-feira, 9 de abril de 2010

quis te decifrar
vi nas tuas cores um desejo
um encanto.
Nem era amor
cores charmosas, teatrais
espectadoras da cena
cada respirar dizia a mesma coisa
e respirávamos na mesma sintonia
éramos da mesma cor
cantávamos no mesmo tom
e representávamos tão bem
nossos papéis de personagens
realmente fictícios
que até a ausência de cor
sorria e fingia colorir nossa tragédia
uma comédia quase romântica
não fosse a tua situação
e a condição a qual me submetia
num beijo queimei meu pudor
levantei e segui calma
para onde queria e me levava
o som da orquestra.
e fui, sabendo que sempre estarei aqui
onde meus pés fincarem
onde houver efemeridade
e vida pra se viver
falo de nós como se houvesse dois
mas sei que sou eu e somente.

Um comentário:

Mariana Chevrollier disse...

E essa daqui é minha preferida.