segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Retalhos

Às vezes eu sinto que sou mil e que sou uma ao mesmo tempo. Não me sinto vazia, me sinto completamente cheia e fatigada... Mas de quê? Do ritmo, da rotina, do ritmo da rotina. Dessa necessidade absurda de ver pra crer. Eu sou a minha essência.O que tem dentro de mim. Para me ver você precisa parar meia hora do seu dia, olhar nos meus olhos e me fazer sorrir e me fazer chorar e me fazer escancarar meus segredos, meus sonhos, minhas vontades, minhas realidades. Se você parar, é visceral, apaixonante saber de alguém.
Eu quero ser sincera, numa casa encoberta de palavras bonitas de realidade, a minha realidade de primavera, sem esse branco da hipocrisia que me cerca. E sempre que tento vem alguma lembrança me dizer que não, olho pra trás e vejo erros e estupidez. Mas se eu olhar pra cima há um leque de oportunidades: pessoas, lares, mares, flores, florestas, amores. Vejo tudo o que preciso. E sem que seja preciso o tempo passa. Quando consigo passo também, mas quando não consigo sento e observo.
Dentro de mim e do meu tempo se passaram milênios e nada devo explicar aos que não me entendem e me lançam olhares de repúdio, eu sou o que escolhi e amo a todos como merecem ou mais. O tempo que foi não volta e o que vem pode ser moldado conforme a minha dança. Foram tempos de grandes eventos, mudanças, amores, revoluções. Agora são tempos de calmaria. Fecho os olhos, selados papéis de carta, e voo no tempo, vou no tempo certo. No compasso. Na melodia. Na correria eu teimo e espero pra ver o dia raiar e o sol se pôr amarelo-azul-laranja de céu e nuvem.

Nenhum comentário: