terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

As Palavras

Escrevem, descrevem, prescrevem, explicam, complicam e implicam...
O que vale mais são os emaranhados de sentimentos que temos dentro de nós.
Quando permitimos que outro entre, olhos de espelho, ele pode se perder no prazer de respirar pela floresta oxigenada nos alvéolos pulmonares, se jogar numa cachoeira vermelha de sentimentos dentro de um coração de labirintos, sentir o êxtase de ser uma glândula sudorípara, mas sempre encontrará o caminho de volta pelos poros, como num arrepio. Há tantos processos envolvidos num só sentimento, que palavras não descreveriam.
As palavras às vezes falam demais e nada dizem. As palavras se contradizem. As palavras ferem, como navalhas. Mas também curam. As palavras nunca serão tão bem empregadas quanto um olhar ou um sorriso. Uma feição vale mais. As palavras saem sem querer, e quando vimos já dissemos... Apesar de todo o sentimentalismo que existe por trás das palavras, apesar de todo sentimentalismo ser mais que meras palavras, apesar de ser sentimentalismo não é doença. Apesar de tudo, é melhor dizê-las, do que se arrepender de não tê-las dito.

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